O mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atingiu a marca de 8 bilhões de habitantes, mas apesar de se ter discutido bastante sobre desenvolvimento sustentável, ainda existem mitos que permeiam o ideário popular ao se falar sobre essa temática. Quando falamos em sustentabilidade as pessoas pensam apenas em reciclagem e reflorestamento, o que limita bastante a amplitude do debate acerca desta questão vital para o desenvolvimento sustentável e preservação da vida na Terra, não somente dos seres humanos como também para as demais formas de vida aqui existentes.
Atualmente, existem diversos métodos e práticas que contribuem para a mitigação do impacto da ação humana nos ecossistemas do planeta a fim de garantir a manutenção da vida atual e das futuras gerações e, muitas delas já são pensadas para as cidades, onde a maior parte da população mundial, atualmente, vive. No entanto, existem algumas informações que estão sendo difundidas de maneira equivocada. Por isso, citaremos algumas delas para elucidarmos as principais dúvidas sobre sustentabilidade no ambiente urbano:
“Bioplásticos se degradam no meio ambiente”
Este mito vem se propagando após a utilização desses materiais nas empresas de fast-foods na produção de seus copos e canudos, quando, na verdade, muitos desses insumos são apenas degradáveis em escala industrial em sistemas específicos. Para o efeito esperado, é necessário que o bioplástico seja descartado de forma correta, isto é, separado dos resíduos comuns que são destinados ao aterro sanitário já que ele se degrada na presença de oxigênio, algo que não é característico desses ambientes devido a sua estrutura de compactação dos substratos deixando-os inertes durante muito tempo.
“Não é possível reciclar isopor"
Muitas vezes os materiais de isopor são descartados no lixo comum, pelo motivo de acreditarem que esse material não pode ser reciclado. No entanto, por ser um derivado de petróleo, o isopor é sim um material reciclável que pode ser acondicionado junto aos demais resíduos plásticos. O que dificulta sua reciclagem é o transporte e o valor agregado, visto que o material ocupa bastante espaço à medida que é bastante leve e tem baixo custo no processo de revenda, gerando pouca matéria-prima. Seu descarte no ambiente não gera sua degradação, mas sim sua fragmentação em microplásticos que podem gerar um grande impacto negativo nos ecossistemas vizinhos.
“Água da chuva pode ser consumida livremente”
Apesar da Captação de Águas Pluviais (CAP) ser uma ótima alternativa de reservas estratégicas de água aliadas ao abastecimento público oriundo das concessionárias, é importante termos em mente que a água da chuva em algumas regiões não são próprias para o consumo humano sem um tratamento adequado pois, a depender da origem da água e das condições de qualidade do ar, nela pode conter substâncias (como partículas de poeira, sulfatos, amônia, etc.) que podem ser nocivas à nossa saúde se consumidas acima dos níveis permitidos pela legislação, podendo acarretar em diversas doenças. Então é necessário ter um bom reservatório e utilizar essa água somente para atividades que não sejam para o consumo e, caso essa seja a única alternativa, é recomendável realizar análises de água periódicas para atestar a potabilidade dessa água e receber recomendações de correções para manter a qualidade da água de maneira que atenda os padrões legais da portaria do Ministério da Saúde, GM/MS Nº 888, de 04 de maio de 2021.
Através desse link você pode solicitar ou fazer um orçamento de sua análise de água: https://www.esajr.com/an%C3%A1lise-de-%C3%A1gua-1
“Reciclagem é sinônimo de preservação”
Na verdade, o ideal é ter produtos duráveis que não precisam ser trocados por longos períodos e caso isso não seja possível, o melhor a se fazer é reduzir o consumo e reutilizar os materiais para assim evitar a geração de mais resíduos sólidos. Nos baseando na lei n° 12.305/10, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em seu artigo 9º, podemos perceber que existe uma ordem de prioridade em nossas ações que nos direcionam a fazer um bom gerenciamento de resíduos sólidos. Seriam elas, a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, respectivamente.
Ou seja, antes de pensar em reciclar existem outras três ações ainda mais efetivas para que seja mantida de maneira estável a taxa de renovação dos recursos naturais. Pois alguns materiais não podem ser reciclados de maneira indefinida e perdem qualidade após certo número de ciclos, como alguns tipos de sacolas plásticas e o papel, que perde suas fibras a partir do 6° ciclo de reciclagem. Por isso, apenas a reciclagem acabaria por não contribuir verdadeiramente para a redução da retirada de matérias-primas do meio ambiente.
Além destes, existem muitos outros mitos e informações difundidas de maneira errônea que podem gerar o impacto indesejado nas pessoas sobre o desenvolvimento sustentável das cidades. Por isso é necessário sempre estarmos nos informando e agindo individual e coletivamente para garantir a preservação e renovação dos recursos da natureza para nós e para as futuras gerações. Por isso a ESAjr. realiza a produção de diversos textos informativos com o intuito de difundir conhecimentos sobre as questões ambientais, que você pode encontrar acessando o nosso site: https://www.esajr.com/blog.
Autor: Vitor Manoel Martins Barreto
Palavras-Chave: Sustentabilidade Urbana; Bioplásticos; Reciclagem de Isopor; Captação de Águas Pluviais; Reciclagem
Quer nos referenciar?
BARRETO, Vitor Manoel Martins. ESA Jr. Desvendando Mitos: A Verdade sobre a Sustentabilidade Urbana, em 2023. Disponível em: https://www.esajr.com/blog
REFERÊNCIAS:
BELLOCOPO DESCARTÁVEIS. Bellocopo. 15 de fevereiro de 2021. Disponível em: https://bellocopo.com.br/quais-sao-os-10-principais-mitos-sobre-os bioplasticos/#:~:text=Mito%203%3A%20Pl%C3%A1sticos%20biodegrad%C3%A1veis%20%E2%80%8B,usados%2C%20como%20polipropileno%20e%20polietileno. Acesso em: 22 de outubro de 2023.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n° 12.305, de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, DF. Diário Oficial da União. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 14 nov. 2023.
CHIABI, Matheus. Ciclo Orgânico. 11 de abril de 2023. Disponível em: https://blog.cicloorganico.com.br/sustentabilidade/18-mitos-e-verdades-sobre-a-reciclagem/. Acesso em: 23 de outubro de 2023.
ECYCLE. ECycle. 11 de Junho de 2018. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/agua-da-chuva-e-potavel/. Acesso em: 13 de novembro de 2023.
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TENDA. Dicas Tenda. 17 de maio de 2023. Disponível em: https://www.tendaatacado.com.br/dicas/o-que-e-sustentabilidade-urbana-saiba-a-importancia-do-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 22 de outubro de 2023.
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